domingo, 9 de dezembro de 2012


teu rosto, desenhado à mão
teus contornos, esculturas
teus olhos, leves luzes
teus pés, delicadeza
tuas mãos, pétalas
tua boca, única
tua pele, sol
teu corpo
inteiro


quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Desconcerto


Memorizei tuas curvas
Decorei teu andar
Imaginei tua boca
Procurei tua pele
Absorvi teu calor
Percebi tua dor
Desejei tua mão
Adorei os teus pés
Ignorei teus sinais
Sonhei o teu corpo
Revivi minha busca
Inventei nosso amor

...


segui tua sombra
de olhos fechados
mirei teu reflexo
nas águas da chuva
misturei tuas imagens
entre sons e sonhos
guardei teus contornos
esqueci os caminhos
varei pelo dia
invadi tua noite
encontrei uma rua
não havia ninguém
mirei meu reflexo
guardei meu olhar
fechei minha porta
abri os meus poros
segui minha sombra

terça-feira, 7 de agosto de 2012

...

o tempo dos teus olhos
é o tempo do meu olhar
o ritmo dos teus poros
é o ritmo do meu sopro
o som da tua sombra
é o som do meu desejo
a dor das tuas curvas
é a dor do meu silêncio
e na cor da tua memória
vive a cor do meu amor

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

...


Aproximo meu corpo
Encontro teu rosto
Afasto meus receios
Adormeço em teus seios
Esqueço de sonhar

domingo, 5 de agosto de 2012

...

e se for uma cor
não sei
e se for uma luz
talvez
e se for uma estrela
a mais bela
e se for uma dor
já passou
e se for um amor
Isabela

...

o sol iluminou a lua
e em retribuição
a lua refletiu o sol
lua e sol... sol e lua
lindas formas, soltas
tão distantes, tão livres
unidas pela eterna solidão

...

teu corpo
molhado
liberta
minhas teias
até alcançar
o irreversível
anoitecer
do último
desejo
meu corpo
faminto
contorna
tuas veias
até descansar
no invisível
entardecer
do último
amor

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Vadio


Exausto
De tanto
Partir
Exausto
De tanto
Vagar
De repente
Uma vontade
De chegar
E descansar
Em você

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Intangível


Entrar sem absorver
Tocar sem obstruir
Desejar sem consumir
Conhecer sem desvendar
Perceber sem revelar
Olhar sem intimidar
Proteger sem aprisionar
Aproximar sem invadir
Afastar sem perder
Ser sem pesar
Estar sem anular
Ter sem possuir
Amar sem te perpetuar

quinta-feira, 12 de julho de 2012

...


Na véspera da espera
A madrugada alada
Vagueia calada, só
Ao encontro dos 
Corpos,  nus
Tatuados no vento
A dor à flor da pele 
De tanto, tanto amar

Nada maior


No calor do beijo
De perto provoca
Tons de desejo
E com as mãos
Pequenas
Pétalas
Pedem proteção
Em sons de beleza
Não há mais certeza
Quando já em chama
Emana o instinto
Provoca vontade
Chama a saudade
De toda ternura
Que só cabe perfeita
Numa única criatura
Chamada você

"(...) não há nada maior quando temos a verdadeira ternura e a verdadeira sensualidade numa mesma criatura". (O amante de Lady Chatterley, D. H. Lawrence)

terça-feira, 20 de março de 2012

...

o sol distante
transforma a lua
em um pedaço de luz 

...

Caminhos ocultos
Jardins secretos
Olhos despertos
Fontes abertas
Desejos, esperas
Textos, texturas
Tonalidades
Temperaturas
Sobressaltos
Desconcertos
Portas amarelas
Que transbordam
Poetas perdidos
Paraísos inquietos
Caravelas errantes
Em cores distantes
Escrevo no escuro
Respiro no vento
Da tarde noturna
Som da madrugada
Eternidade do dia
Que nasce e para
Só pra inventar
Tua presença
Em mim

...

sem alarde
uma lua delicada
descobriu o final da tarde

...

e meus olhos são teus olhos
meu coração, teu coração
minha boca, tua boca
minha pele, tua pele
nossos contornos
uma respiração
um instante
em dois

...

Desse deserto me desperto
Incerto chego mais perto
Minha aridez se faz mar
Até a sensatez desarmar
A dor se dissolver no calor
E viver de inventar amor
Nas horas que param no ar
Num tempo de só respirar
Sem se atentar ao depois
Pra voar até onde nós dois

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Um amor só


Só tenho o prazer
De voltar ao começo 
Mas chego ao meio
Do teu seio
Devaneio...
Entre tuas pernas
Sem estar, em nenhum lugar
Espero, desespero
Nada demais
E permaneço, sem saber ser
Um endereço, uma rua
Sem fim
Nem começo
No teu corpo
Assim...
Desse jeito, rarefeito
Desajeitado, em volta
Da vida, que não esgota
Nem uma gota
E inteira, sem nada em troca
Se alimenta, desse desejo
Tão sem fim
Nem volta...

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