sábado, 20 de fevereiro de 2010

Consumidos

Funcionários descartáveis
Supérfluos, intercambiáveis
Substituíveis por sistemas
Só continuam empregados
Por salários trocados
Pelas horas trabalhadas
Para adquirir os produtos
Produzidos nas corporações
Que com suas ações louváveis
Empregam milhões de pessoas
Que pagam os preços
Com seus baixos salários
Já embutidos
Na margem
De lucro bruto
Com as horas de serviço
Trocadas por mercadorias
Igualmente supérfluas
Escambo de vida por consumo
Antropofagia estéril
Em negócio atrativo
Socialmente responsável
Conscientemente sustentado
As corporações agradecem
Pelos excedentes
Que crescem e enriquecem
Seus dirigentes e presidentes
Aumentando as externalidades
E há sempre quem compre
Mais e mais produtos
Que logo viram lixo
Quase sempre não reciclado
Mas o planeta impassível
Absorve os dejetos, se adapta
Enquanto a humanidade
Insanamente humana
Consome a si mesma
Pouco a pouco
Até a extinção

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