Minhas roupas estão velhas
Meus sapatos gastos
Os botões caem
Mangas puídas
Penduradas
Meus filhos crescem
Minhas costas doem
Os olhos turvam
Ombros doídos
Estremecidos
Meus cabelos estão brancos
Minhas mãos pesadas
Os joelhos estalam
Ossos partidos
Cicatrizados
Meus recursos estão no fim
Minhas posses escassas
As pessoas passam
Perdas vividas
Consumidas
Até os livros amarelados
No entanto
Meu corpo insiste
Reconheço os contornos
Dos tempos de ontem
Meu sorriso ilude
Minha pele engana
Meus músculos sustentam
Um brilho no olhar
Minha forma resiste
Espantosamente
Mas meu conteúdo está cansado
Envelheceu
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